Restaurante 560

O edifício situado no rés-do-chão dos números 74 a 78 da Rua das Gáveas, no Bairro Alto em Lisboa, teve vários usos comerciais ao longo dos anos, e por isso sofreu diversas alterações no seu interior. O último uso conhecido foi o de casa de chá e cyber-café. A intervenção pressupunha uma nova reestruturação interior, para uso de restaurante.

O espaço divide-se em duas partes distintas - a primeira correspondente às duas salas de refeições e a segunda aos serviços necessários ao seu funcionamento. A entrada faz-se por duas portas que dão para a Rua das Gáveas, cada uma delas ladeada por duas montras. A fachada existente foi mantida na íntegra, recuperando-se somente a caixilharia e repondo a pedra e a grelha metálica em falta numa das montras.

Cada sala é servida directamente por uma entrada, e apesar da aparente separação pelo volume centra,l correspondente às escadas do edifício (debaixo das quais está colocado o armazém), funcionam em continuidade espacial. A unidade é dada pela materialidade em aglomerado de partículas de madeira (paredes, pavimento e tecto), que envolve os dois espaços, com pé direito de 2,85m. Este revestimento é pontualmente perfurado para permitir permeabilidade à luz que se encontra por trás.

A separação entre a zona de refeições e a zona de serviços é feita por uma parede revestida a azulejo preto, que marca a mudança de materiais de revestimento, e para lá da qual se encontram as zonas de bar, cozinha, copa suja, instalações sanitárias e vestiários para os funcionários. Esta parede descola das paredes laterais, deixando antever duas entradas – para a zona de bar, à esquerda, e para as instalações sanitárias, à direita. Existe ainda outra reentrância, caracterizada na mesma materialidade, que permite o acesso à cozinha e copa suja.